[ Programa ] #187

Alô alô tropicaleiros e tropicaleiras!!

Apertem os cintos, peguem seus EPIs de segurança e já aumenta o som: preparades?

Nesta edição você confere mais um set produzido pela Grazi Flores, começando meio com toques de indie, fluindo através dos synths alcançando uma atmosfera que flerta com o techno, finalizando o set numa vibe que nos prepara para voltar ao estágio da primeira track.

> vibe

Qual a razão para se viver? Qual o sentido da vida para além dos sistemas que nos cercam? Qual a fenda que se abre entre as realidades que te cercam e que te compõe? 

Quando todes estão consumindo, desesperadamente, conteúdos que se propõe a apenas nos entreter de forma vazia, seria um reflexo da felicidade vivida durante a retomada de uma vida social "normal"? 

Quando saímos e nos deparamos para pessoas e realidades distintas daquelas que alimentamos ao longo de infinitos meses de pandemia, voltamos para a zona de conforto pré-pandemia ou nos aliviamos ao nos refugiarmos em nós dentro de um ambiente solitário? Estaríamos em silêncio verbal do que importa e um ruído social que está em colapso pelo excesso do exigido pelas plataformas virtuais e a falta de interação presencial?

E eis que percebo que o silêncio, por fim, não existe. Quer dizer, até existe, mas é um mero conceito e apenas isso. O som é físico e é sentido pela caixa acústica que é o nosso corpo. E mesmo que estejamos num ambiente externo em absoluto silêncio, nós seremos o barulho com o simples fato do movimento do constante dos órgãos internos à nossa visão. E assim, mesmo o silêncio, é repleto de sons. Um conceito, enfim.

Porque mesmo quando nossa linguagem verbal não diz, o corpo em em si fala. O stress vivido na pandemia, os reflexos sociais, a intensidade de consumo e produção advinda do intenso ambiente virtual... De um lado, corpos frágeis, do outro, mentes confusas.

Fugimos da solidão povoada de notificações para uma desconhecida zona de conforto pré-pandemia social inexistente, numa pós-pandemia não-oficial, num caos onde todes estão surtando, mas aproveitam o mundo externo como se fossem as férias não oficiais de um mundo que virou a cópia pirateada e mal gravada de um mercado paralelo do que um dia será 2022.

Ainda contabilizando sons para deixar a mente em silêncio.

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Lacuna Tropical 

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