[ Programa ] #171

Alô alô tropicaleiros e tropicaleiras!!

Apertem os cintos, peguem seus EPIs de segurança e já aumenta o som: preparades?

 



Nesta edição você confere mais um set inédito produzido pela Grazi Flores, desenvolvido entre indie dance, nu disco e house.



>> vibe

Ando com um postura bem paradoxal. A coluna torta, o movimento corporal espaçado entre horas ininterruptas de trabalho frente a uma máquina, o pensamento não aplicado de bem-estar, a ideia suspensa entre a procrastinação e o receio do incerto que me cerca.

Passei tantos meses sentindo falta de andar de trem e de metrô que agora receio estar descompassada com a realidade ao redor. Seria tão prático se a vida fosse atualizada para a sincronização automática entre o que queremos, o que precisamos fazer e quem somos no momento presente. Mas a automatização seria uma façanha que talvez não caiba na extensão humana. E pressupondo que para cada dor há também sua delícia de ser, eis que o prazer, nessa perspectiva, esteja justamente na irregularidade do pensamento humano com o tempo ao qual pertence, coexistindo em si comunidades que imergem, em diferentes níveis de intensidade, em tempos passados, futuros e paralelos. E flutuamos nessas obsessões temporais, nas complexidades da mente humana e na reflexão de uma humana que utiliza sua mente como um item processador de se si mesma.

E mais uma vez o intelectual é cobrado de lembrar-se que habita uma matéria, de carne e osso, e que com suas limitações, também limita o intelecto -- que existe num acervo de memórias e conexões. Engraçado, hoje em dia a estabilidade é uma das falácias existentes na atual estrutura: correr infinitamente contra o tempo ainda enquanto jovens, para obter reconhecimento e estabilidade logo após essa curva, com possibilidades de ascensão infinita. Mais uma premissa a se considerar: para a vida humana individual, o infinito não existe. 

Ok, última reflexão aleatória: quando as luzes dos postes oscilam e passam a piscar, é porque houve uma falha dentro da regra que rege sua função dentro da sociedade. Essa personalidade concedida ao padrão torna-se uma contracultura.

Sigo em minhas pesquisas sobre som e silêncio, sobre música e barulho, sobre música eletrônica, enfim.



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Lacuna Tropical 

laboratório de experiências de música eletrônica e discotecagem em toda a sua amplitude e pluralidade

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