[ Programa ] #195
Apertem os cintos, peguem seus EPIs de segurança e já aumenta o som: preparades?
Através da terra, buscou a firmeza
Embrenhando-se no espelhamento de raízes
Cavou à procura da felicidade
Presa no labirinto da expedição
Cogitou ser efêmera
Sua existência e supostos saberes
O torso contorcia-se em necessidade
De mudança de ares em livre tradução
Adaptando-se nas estranhezas
Da intersecção de si em outros seres
Enxergar a si assusta, que vaidade
No escuro da firmeza, o som do caos em dimensão
Externo silêncio, por ruídos em plena ambiência interna
Emparedamento, encurralada, apertada: que te sufoques
Entre compostos minerais, microscópica realidade
Tornou-se o centro de nada com o peso de Atlas, perdição!
Caiu em mais uma falácia
Aterrissou em mais um universo, sem mesmo pertencer
Parou, de novo, envolta de ambiguidade
Respirou e teve de sentir, a costela em compressão
As vísceras de sangue enlameadas
A cabeça pesada e inclinada para frente
O torso desfigurado buscando acessibilidade
E a figura de si, sombra cultivada e esculpida, lamentação!
Enquanto o silêncio transmutava
Do interno ao externo, do ambiente a mente
Deixou de cavar em profundidade
Deixou de cavar em obscura reinvenção
Parou de limitar-se a sobreviver sem sentido, parou: por quê cavava?
Sim, és, fazes, escolhe o verbo e flexione o que lhe veste
Se tudo o que lhe cerca hoje mudar, quem é você?
Se tudo o que você escolher ter e fazer não for compatível com quem se é, então por quê viver assim?
Se a terra não lhe sufoca, então em água, fogo ou ar embrenhe-se
A profundidade não é um buraco, é uma expansão de horizontes
A profundidade não é para enterrar-te em conceitos,
A profundidade é para apoiar sua perspectiva
A profundidade não é mensurável de forma dicotômica,
É evolução exponencial individual e coletiva
Micro e macroscópica
Voltou para a fluidez da água: deságua sem afogar, navega em si e permeia calmamente seu habitat.
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