Vídeo Set e a Música Que Tocamos
Alô Alô tropicaleiros!!
Fazia já um tempinho que eu não publicava uma novidade por aqui, né? Pois então eu trago novidades novas pra vocês e, desta vez, com um texto cheio de reflexões à cerca dos gêneros da música eletrônica (um pouco disso é reflexo do que rolou lááá no BRMC, e outro tanto vem das pesquisas que vem rolando desde todo o sempre, afinal, a gente nunca pára, né?).
Mas vamos às primeiras coisas: eu gravei o meu primeiro Vídeo Set gente!! Siim, finalmente estou colocando meus projetos em ordem e em prática (o mais importante de tudo)!! Roda o vídeo produção!!
Fala sério... Bate o maior orgulho de ver um produto final tão lindo como este 💖 E é claro que pra chegar até aqui eu já tive muitas parcerias que me ajudaram e muito a desenvolver meu trabalho, e um destes grandes parceiros é o DJ Erik Kyo que me deu aulas na E-DJs e que, atualmente, montou um curso profissionalizante para DJs (clique aqui para conferir a página dele). Enfim, a gente já vinha planejando este vídeo há um tempinho, até que na semana retrasada finalmente gravamos! Foi uma experiência super divertida (aliás, quando é que tocar é chato, né? haha). E na semana passada finalmente o vídeo foi ao ar (e na página dele o vídeo já ultrapassou 1200 visualizações!!! Clique aqui para conferir esse sucesso todo)...
E só pra resumir um pouco essa ópera toda: eu fiz o vídeo super despretensiosa quanto ao seu alcance de engajamento do público que o visse (na real eu estava esperando no máximo do máximo 300 visualizações à longo prazo) e de repente o sucesso foi imenso, uma galera curtindo e comentando e compartilhando... Gente isso foi uma imensa felicidade pra mim!! Então já aproveito para agradecer por aqui, também, pelo apoio de todos!!
Mas não vamos deixar a curiosidade morder a língua do gato: cadê o assunto sobre os gêneros da música eletrônica? Bom, chegamos agora à eles!! Antes de tudo, eu vos apresento uma espécie de representação gráfica de como funciona essa loucura da classificação:
A imagem acima foi tirada desta site aqui e se quiser ver com mais detalhes o que está escrito e tals, basta clicar na imagem.
Pois muito bem, só aqui já temos uma imensa quantidade de informações incríveis e de referências para pesquisarmos. E aliás, bota pesquisa nisso, viu? haha
O ponto principal deste assunto, na verdade, foi minha saga em busca da resposta para a pergunta que muitos DJs também sofrem para responder: o que você toca?
O primeiro e super óbvio passo é pesquisar o maior número de músicas possíveis e identificar quais são as músicas que mais tem a ver com o que você curte tocar (até porque, é bom lembrar que existe uma diferença bem grande entre o que se curte ouvir num role e tals e o que se curte tocar, trabalhar com). Se você já chegou até aqui, então chegou a hora de descobrir qual o nome do gênero musical que classifica aquela música que você curte tocar. E é aqui que o problema começa.
Mas como assim? Que problema existe nisso? Bom, o primeiro deles é que muitas vezes uma mesma música pode ter várias classificações segundo seus elementos (ela pode chegar a ter, por exemplo, dois ou três estilos predominantes e vários outros sob os quais recebeu influências e foi estruturada), e isso é possível verificar inclusive quando se pesquisa pelo Traxsource ou Beatport, por exemplo. Vou, aliás, dar um exemplo um pouco mais concreto: uma mesma música pode ser classificada como sendo Deep House e Nu Disco em um site e House Music e Electronica em outro site. Percebeu a bagunça que vai se formando? Afinal de contas, são todos gêneros com diferenças cruciais e super perceptíveis, e que às vezes entram em contradição entre si.
Muito bem, para dar à este drama uma base mais concreta pra poder, de fato, responder à questão: vou contar exatamente como eu fiz para entender aquilo que eu já fazia. Ok, olhando para esta imagem durante muitos dias, e pesquisando as referências e entendendo um pouco sobre como as gravadoras e selos vendiam as tracks, cheguei à conclusão de que, ainda tendo como base a imagem acima, eu toco: Deep House com influências de Nu Disco, Prog House com influências de Detroit Techno, Tech House com influências de Detroit Techno, Disco Classic com influências de Detroit Techno e Nu Disco e Space Disco e Electro Pop, Detroit Techno com influências de Prog House e Ambient House e Ambient Techno, Minimal Techno com influências de Detroit Techno, Ambient Techno com influências de Detroit Techno. E também tem uma pitada de Electro House com influências de French House, Ambient House com influências de Ambient Downtempo, Industrial Dance e Chillwave.
Uffa!! Já deu pra cansar só de ler tudo isso de gêneros juntos, né? Já imaginou responder isso, de fato, para quem quer que fosse que te perguntasse "o que você toca?" independente do quanto seu ouvinte conhece sobre música eletrônica? Não haveria quem aguentasse ouvir até o final de sua classificação em método científico!! haha
Tá, então vamos resumir por aqueles estilos que mais se interligam e aparecem nesta listagem gigante: Detroit Techno, Nu Disco, Prog House, Ambient House e Ambiente Techno. Ok, já chegamos em uma resposta possível. Pra quem não faz ideia do que estes gêneros significam, vou colocar algumas músicas para você ter uma noção.
Detroit Techno
Para você conhecer um pouco da história (de forma resumida) deste estilo, clique aqui. E bora conhecer algumas tracks de Juan Atkins, uma grande referência do gênero.
Nu Disco
Para você ter uma noção básica do que seria este estilo, de forma resumida, clique aqui. Como exemplo, vou colocar algumas tracks de Todd Terje.
Prog House
Para quem está perdido sobre toda essa história básica da música eletrônica, sugiro dar uma conferida neste link aqui com a história resumida do House. E para quem já sabe que o Prog House surgiu por volta dos anos 90 com o Letfield, vale à pena conferir o post da Phouse neste link aqui comentando sobre o outro lado do Prog House. E por falar em Letfield, este será o nosso exemplo de Prog House.
Ambient House
Se quiser uma história resumida, dá uma olhadinha neste link aqui, mas se quiser uma versão um pouco mais completa, veja este link aqui. Siim, eu coloquei como referência bibliográfica a Super Interessante e a Wikipédia haha Afinal, ninguém é de ferro, né galera? Mas se você manja de inglês e quer a história completa, dá uma conferida no texto deste link aqui. Enfim, eu vou colocar como referência umas músicas do The Orb.
Ambient Techno
Agora, confesso que a história deste gênero, se quiser de uma forma Wikipédia da vida e só na versão em inglês clique aqui, caso contrário, desculpe mas não rolou de aparecer nenhum texto em português a respeito deste gênero... Mas vida que segue, né? Pra este gênero vou apresentar como referência o Aphex Twin.
Muito bem, depois de mil detalhes, vamos voltar ao ponto principal: a definição daquilo que eu toco. Muito bem, eu tinha chegado na conclusão de que os principais gêneros seriam Detroit Techno, Nu Disco, Prog House, Ambient House e Ambiente Techno. Mas no meio daquilo que parece finalmente estar entrando nos eixos eu trago mais um porém: não existe apenas um site de pesquisa sobre classificação da música eletrônica. Vamos, então, botar na mesa o Ishkur's Guide to Electronic Music. Assim que você entra nele, percebe que ele é um mapa que não apresenta as influências entre os gêneros (mas é bom enfatizar que este é um site riquíssimo em seu conteúdo apresentando detalhadamente a história da música eletrônica e suas vertentes... Só lembrando que ele está todo em inglês). Isso sem falar nos incontáveis livros que falam a respeito dos teoremas do que caracteriza cada gênero. E por fim, só pra terminar de temperar essa salada mista, ainda temos o fator tempo: cada época é marcada por um estilo diferente de estrutura e/ou elementos em cada um dos gêneros (afinal, não dá pra ficar pra sempre com a mesma batida e tipo de vocal sem ao menos se cansar um pouco, né? Até porque é bom quando temos saudade de ouvir uma determinada música, não é mesmo?), além da criação de novos gêneros a todo instante (porque é sempre bom lembrar que a música eletrônica como a conhecemos é extremamente nova, então sempre tem um novo som para explorar e misturar e criar: divertido, né?).
Uffa, parece que tudo isso complica um pouco a nossa vida, né? Mas calma, vou te comentar um jeito simples de resolver essa equação toda que criamos sem desespero e sem querer desistir da música: lembra de quando você pesquisou e selecionou as músicas que têm a ver com o que você calhou de curtir tocar? Muito bem: procure-as nos sites como Traxsource e Beatport e veja como eles as classificam. Ouça atentamente e procure, por conta própria, identificar (com base nos sites de pesquisa sobre o assunto como o da imagem e o Ishkur's Guide, e nos livros também) quais seriam os gêneros musicais destas músicas. Cruze estas informações e não vá simplificar o que você toca pelo estilo musical principal: enriqueça seu argumento com as influências musicais que você também utiliza na construção dos seus Sets. Porque no final das contas cada um vai entender o gênero eletrônico sobre o qual se fala de uma forma diferente e com base nos artistas, movimentos artísticos, festas e músicas que fazem parte da vida da pessoa. Falar sobre gênero é apenas uma referência, tipo linhas guias, uma representação básica que te identifica na cena eletrônica e que te caracteriza de alguma forma, mas não traduz por absoluto o seu trabalho.
Para terminar este post imenso, vou finalizar meu exemplo no qual eu me utilizava como a cobaia: depois de toda a minha pesquisa e de cruzar os dados cheguei a conclusão de que o que eu toco, hoje, é Deep House (aqui entenda que os subgêneros que o cercam com suas influências são o Nu Disco e o Ambient House) com influências do Techno (aqui entenda os subgêneros como sendo Detroit Techno e Ambient Techno) e Prog House (aqui entenda que temos uma pitada do Ambient House com o Detroit Techno como subgêneros que o influenciam).
Obrigada aos sobreviventes que leram o post até o final e fiquem por perto, logo logo novidades fresquinhas brotarão aqui no blog!!
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