[ Programa ] #189
Alô alô tropicaleiros e tropicaleiras!!
Apertem os cintos, peguem seus EPIs de segurança e já aumenta o som: preparades?
Nesta edição você confere mais um set produzido pela Grazi Flores, explorando o house, chegando no techno, numa viagem entre synths.
> vibe
Palavras. Tantas coisas para falar, tantos vazios a serem dissecados, tantas faltas e tantos excessos, tanto tudo.
E tudo, tanto quanto falamos, vai esvaindo-se em si. Como costuma-se dizer, somos atravessades pelo discurso antes mesmo de nos compormos como seres. Nossa plena autonomia de escolha é um produto comercializado em cada produto e serviço que adquirimos e em cada coisa que produzimos. Possuímos, fazemos, enfim, somos.
E nos esquecemos que a real premissa que antecede nossa existência como Homo Sapiens Sapiens é o pensamento sobre nossa existência. Pensamos, eis que comprovamos que somos.
E entre montanhas de condições existenciais, entre vales de promessas sobre a tranquilidade de um mundo justo, estava conversando sobre "possuir" um conhecimento ou ter "propriedade" para falar. Os sistemas atravessaram a cultura oral, a verbalização se banalizou de tal forma que o que é essencial não é refletido, mas demarcado, inviabilizado e retirado do mapa.
Saber é menor do que do que ter e isso não é novidade. Mas a reflexão é: conversamos sobre o que realmente importa? Nos importamos com o que dizemos ou apenas completamos a lista de afazeres sociais? E o diálogo nós conosco mesmo? Nos importamos em nos dizer e refletir sobre o que realmente importa? E o que é realmente relevante para nós? E o que é realmente essencial?
O silêncio pode ser apenas um conceito, mas é um dos mais importantes conceitos, certamente essencial para que os fatos possam falar por si só. Silêncio verbal, som ao redor.
Foto por Angelica Alves [ Instagram ]
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